Esse é Nelson Tanure, o investidor polêmico, controverso e muito bem sucedido financeiramente, que coleciona adoradores e detratores, depois de longa carreira comprando empresas passando por períodos muito difíceis. Um dia ele comprou a HRT, colocou o filho no negócio, junto com um executivo excelente e eles transformaram uma empresa quebrada na melhor petroleira do Brasil, a Petro Rio.
Como muitos de vocês já sabem, tenho uma sequência de tópicos que considero fundamentais para pensar sobre um negócio, que são os seguintes:
1 - liderança: quem fundou, quem lidera, dá pra confiar na liderança?
2 - rentabilidade: está acima do custo de capital? é consistente? é a maior do setor?
3 - crescimento: quanto cresce? a quanto tempo? qual a perspectiva?
4 - antifragilidade: o balanço é saudável? quais os principais riscos?
5 - preço: reflete a lucratividade da empresa? está em tendência de alta?
No caso da Prio, que nasceu da antiga HRT, pegamos da mudança em diante, com Nelsinho e Moteiro liderando a nova estratégia que se mostrou vencedora, como os números de rentabilidade e crescimento deixam evidente, mesmo comparando com pares gringos como demonstramos nos 3 tópicos seguintes, depois discutimos os riscos, refletindo sobre preço de petróleo e grandes produtores e vendo histórico de preços, para finalizar com gráficos de PRIO3 nos últimos anos.
Espero que isso te ajude a ser um investidor melhor, boa leitura!
1 - Liderança (Nelsinho e Roberto Monteiro)
Em 2014, a HRT Petróleo era uma empresa quebrada depois de falhar em explorações na Namíbia e no Amazonas, a então CEO da empresa, Mariana Furlan Tannus, atraiu o filho de Nelson Tanure para o negócio, através da Docas Investimentos.
O pai colocou o dinheiro e o filho entrou na companhia como Diretor de Projetos, para tocar a nova ideia: revitalizar campos maduros! A ação negociava abaixo de R$ 1,00, mas anos depois eles compraram Polvo e a mudança começou.
Em 2015, avançando na reestruturação da Petro Rio, trouxeram Roberto Monteiro como Diretor de Operações, um executivo com passagens pela ALL (dos 3G) e pela OGX (de Eike), profundo conhecedor do setor de petróleo no Brasil.
Monteiro acumulou o cargo de Diretor Financeiro logo depois de sua chegada, sendo responsável pela redução de custos e otimização dos campos, enquanto Nelsinho atuava na estratégia e no relacionamento com o conselho. Foram cruciais no avanço:
2016: Aquisição de 100% de Polvo e estabilização financeira sob Mariana Tannus.
2018: Nelson Tanure Filho assume como CEO; início da aquisição de Frade.
2019: Conclusão da compra de Frade, produção chega a 28 mil barris por dia.
2020: Aquisição de TBMT; Nelsinho vira Chairman, Monteiro vira CEO.
2021-2022: Integração de Polvo-Tubarão Martelo e aquisição de Wahoo.
2023: Aquisição de Albacora Leste por US$ 2,2 bi, atingindo 100 mil barris por dia.
2024: Rebranding para Prio, aquisição de Peregrino.
No final desse processso, a Ação subiu incríveis 55% ao ano nos últimos 10 anos, contra 9% ao ano do IBOV, 9,25% ao ano do CDI e 10,2% do IMAB. Nelsinho e Monteiro continuam liderando a empresa, Wahoo vai entrar em operação esse ano, a receita da companhia tem tudo para dobrar para 2026, não parece haver motivo para achar que eles não vão continuar esse processo, melhorando os números de crescimento e rentabilidade, que já são bons, como veremos a seguir.
2 - Rentabilidade
As 3 primeiras são as petroleiras juniors brasileiras (PRIO, BRAV e RECV), depois tem a Petrobras (PETR), em seguida temos 4 petroleiras norte americanas que focam em compra e revitalização de campos maduros como a Prio (TALO, WTI, MUR e KOS), seguidas de 2 petroleiras juniors que atuam onshore (SM e GPOR), fechamos com as duas gigantes globais do petróleo (XOM e CVX).
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